Passeio de férias - 13 a 30 de Junho de 2009 |
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Este ano, 2009, pensamos e colocamos a fasquia das viagens mototurísticas um pouco mais alta do que é habitual. Destino: Croácia. Postira – ilha de Brac Mas a Croácia é só o ponto de destino. Pelo caminho, quer na ida quer no regresso, há locais de destaque. Vamos atravessar e ver 7 países, excluindo Portugal. Temos ainda a intenção de visitar Dubrovnick e passar pela Bósnia Herzegovina, uns meros 20 km, por este país. Projectamos a viagem para não fazer kms em demasia, até porque, como sempre, viajamos a sós . Optamos, como sempre, por reservar os hotéis previamente, e também como sempre, hotéis ibis, excepção feita na Eslovénia, Itália e Croácia, no 1º caso, não há, no 2º, ficava longe da rota que pretendemos fazer e no 3º porque sendo um hotel para estadia mais prolongada (7 noites), tinha que ter incluída a opção de meia-pensão e um serviço diferente. Os dias demoraram a passar, para não deixar nada ao acaso, experimentei o saco de depósito, no local próprio e não gostei, dificultava as manobras a baixa velocidade, testei com a ajuda do Nuno, várias soluções, mas optei por colocar o saco de depósito na topcase e decidimos que era nele que levaríamos toda a roupa para os dias de viagem, não mexendo assim nas malas laterais que continham a roupa para a estadia na Croácia. Lá chegou a tão esperada hora de partir, deixamos a moto de véspera prontinha a sair, noite mal dormida, como é da praxe, com a excitação natural destas circunstâncias. |
1º dia - 13 de Junho 2009 |
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Não saímos muito cedo, o nº de km não é exagerado, como é o 1º dia saímos nas calmas. Tínhamos mais de 3500km para fazer em 6 dias, por isso nada de pressas ou riscos. Despedimos-nos do nosso filho, mais de 2 semanas sem “cotas”. Iniciamos viagem pelas 9h40 – Começaram as férias Até voltarmos a Portugal a hora referida é sempre a CET+1 (Central European Time). Atestamos com gasolina a um preço mais racional, e lá fizemos os restante km até ao Ibis de Valladolid, 16h já estamos a fazer o check-in. Era cedo, tomamos uma banhoca e saímos para um pequeno reconhecimento dos arredores. O calor apertava, mais de 30º C. Aproveitamos uma área comercial e ficamos por ali a passar o tempo até ao jantar. Regressamos e entretivemos-nos com um dominó, levei uma valente coça, no jogo. Já passava das 20h quando decidimos jantar ali mesmo, não era pelo cansaço que decidimos, mas sim pelo calor que se fazia sentir no exterior do hotel. Jantamos e passamos mais algum tempo na área comum do hotel e depois subimos para uma noite de descanso. |
2º dia - 14 de Junho 2009 |
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Bem cedo, a vontade de nos fazermos à estrada é grande, 8h, já de peq. almoço tomado, bagagem arrumada, estamos prontos para dizer adeus a Valladolid, atravessar os pirineus e chegar à capital dos vinhos, no sul de França, Bordéus (Bordeaux). |
3º dia - 15 de Junho 2009 |
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O dia começa bastante molhado, é a 2ª maior tirada desta viagem, não hesitamos e vestimos os casacos impermeáveis, saímos de Bordéus sob forte chuvada, que não melhorou até termos percorrido cerca de 300km. É um dia quase sem história, muita AE, o almoço decorreu num AS com uma zona de picnic, a Dulce comprou 1 salada e umas batatas fritas para ela, para mim trouxe uma sande mista, fruta como sobremesa, água e fanta para bebidas. Estivemos por ali cerca de 1 hora a ver o chegar e partir do resto dos utilizadores da AS. Está uma temperatura agradável e o céu meio nublado. Lá abalamos para mais uma tirada. Durante uma de muitas entradas em lanços de AE com portagem, entramos numa boxe, que apesar do nosso esforço em carregar em tudo que é botão o ticket, não saía, alguém pelo intercomunicador da máquina pergunta se estamos de moto, respondo que sim, informam-nos que alguém nos vem trazer um ticket, todas as viaturas que se encontram atrás de nós fazem marcha atrás e dirigem-se a nova boxe, todos excepto uma viatura cujo condutor sai e pergunta em voz bem audível “Atão pá, isso não dá papel???”, pensei cá para mim, porra, estou a entender tão bem francês que nem necessito pensar muito…..Claro que era um "tuga", e lá mandou mais uns palpites, entretanto lá chega uma portageira com o ticket, despedimo-nos do compatriota e lá seguimos viagem. Ao passar perto de Saint Etienne, apanhamos um pequeno engarrafamento, que me fez andar pelo meio das 2 filas de trânsito, coisa que não gosto muito e que complica de sobremaneira, quando se leva pendura e carga total, mas lá nos desenvencilhamo-nos e passados poucos km já rolávamos de novo em liberdade. Abastecemos numa AS onde encontramos 2 motards suíços. Olás e boa viagem mútuos e lá continuamos rumo a Archamps. Sem novidades e sobressaltos, chegamos a Archamps, mesmo às portas de Genebra, o Ibis fica mesmo junto a um complexo de investigação, foi simples e fácil de encontrar, chegamos relativamente cedo, 16h, como sempre aliás, check-in feito subimos ao quarto, banhoca e partimos como sempre para uma exploração das redondezas. Umas fotos e um passeio para descontrair e conhecermos o local. Desde que entramos em França, segui o aviso e a sugestão do GAPE , só meti gasolina 98, pois a 95 tem um aditivo qualquer que alguns injectores não gostam, estava quase a terminar a passagem por França, estamos mesmo na fronteira. Mais uma vez depois de verificar a oferta e alternativas para o jantar decidimos pelos pratos do Ibis, melhor relação, qualidade/preço e gosto. Jantamos e saímos mais uma vez mas por pouco tempo, começou a chover e isso obrigou-nos a permanecer no hotel até nos recolhermos e descansar para mais uma tirada. Amanhã estaremos na Suiça! |
4º dia - 16 de Junho 2009 |
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O dia amanheceu lindo, um sol à moda portuguesa. Foi um dos dias mais internacionais, tomámos o pequeno almoço em França, almoçamos na Suíça e jantamos na Áustria. Andámos pouco mais de 1 ou 2 km, já estamos na fronteira franco-suiça. Pela primeira de duas vezes necessitamos de trocar moeda, neste caso francos suíços, lá cambiei 100€, a Suíça é rápida de atravessar e só necessitamos de 40 francos para o selo que nos permite andar nas AE, almoço e gasolina. 100€ chegam e sobram. A passagem na fronteira foi sem qualquer tramite legal, não fosse o facto de comprar a tal vinheta nem necessitava de parar. A viagem pela Suíça, por opção, foi toda ela feita por AE, ficará para um novo passeio de férias a descoberta deste belo país. O objectivo era chegar rápido a Innsbruck (Áustria) e descobrir esta cidade. Mas mesmo assim, algumas paisagens deslumbram, os túneis são infindáveis e numerosos, claro está que não vimos cidades, mas os nomes que sucedem nas placas da AE fazem-nos pensar na comunidade lusa neste país, Lausanne, Neuchatel, Bern……Pouco passava das 12h, talvez pelo ar suíço, abriu o apetite, paramos numa AS e fomos até ao restaurante, mas decidimos não fazer uma refeição normal, optamos por umas sanduíches e muita água. A decisão de parar foi acertada, a AE estava cheia de camiões, kms e kms em que não dava para encostar à faixa de rodagem mais à direita, quando terminamos o nosso “almoço” e retomamos a AE, o trânsito está muito mais fluido. Rapidamente nos encontramos na fronteira, mais uma vez nem paramos. Já na Áustria procurei saber junto da polícia fronteiriça onde adquirir a vinheta para as AE austríacas, revelou-se algo problemático, o polícia sabia o que eu queria mas não forneceu a informação, alegando não falar nem francês, nem inglês, claro que há sempre solução, e um jovem polícia que se encontra no mesmo posto fronteiriço, informa que na próxima estação de serviço teria a minha vinheta, fica a 100 metros, como estava a necessitar de uma paragem, aproveitei para atestar “La Preciosa” e beber água, estão cerca de 29º C, comprei a vinheta e depois de uma breve conversa com o caixa da AS, rapaz simpático, que ficou positivamente surpreendido, ao lhe responder que o destino é a Croácia. Retomamos o nosso caminho até Innsbruck. Na Áustria o céu encobriu de novo e vimo-nos obrigados a vestir os nossos casacos de chuva e até enfiar os forros nos casacos de protecção, mas tudo melhorou quando chegamos perto de Innsbruck, voltou o sol e a temperatura subiu. O Íbis de Innsbruck é o único Íbis de 3 estrelas que conheço. Fica mesmo no centro da cidade junto à estação de caminhos de ferro, num edifício moderno, tem garagem, e o pessoal é mais simpático ainda. Chegamos pelas 16h, check-in, banhoca e “bora” conhecer a cidade. Não sendo um apreciador de arquitectura, monumentos e afins, gostei bastante da cidade. Innsbruck fica incrustada num vale rodeada de montanhas, é uma estância de ski bastante conhecida, o trânsito é fluido, muitas motos, muitas bicicletas. Fomos a um restaurante recomendado pela recepcionista do Íbis, com a referência de comida típica do Tirol que não defraudou, atendimento espectacular e a comida típica é algo que nos é familiar, carne de porco, espetadas e umas saladas de crescer água na boca e para concluir um copito de 0,5l de cerveja. Claro está que a moto ficou a descansar na garagem do hotel. Mais umas voltas pela cidade e já é noite quando recolhemos ao quarto. Innsbruck fica na retina. Gostei!!! Amanhã é um dia especial, vamos fazer o Grossglockner!!!! |
5º dia - 17 de Junho 2009 |
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Saímos do hotel e rapidamente fizemos um pequeno desvio na rota programada, mas soube bem, foi um prólogo do que estava para vir. Fizemos 60 km na AE e depois, foi “ver” a Áustria real, por nacionais, até às portas do GrossGlockner. É um país lindo, cheio de paisagens verdes a contrastar com os montes ainda gelados, é de encher a vista, pena estar tão longe……Das coisas que mais me impressiona na Áustria são os túneis e a mudança climática que acontece, há túneis que se entra a chover e se sai com um sol brilhante e vice-versa, o numero de motociclistas nesta zona é impressionante, juntamo-nos a um grupo que entrou à nossa frente, faço alguns km com eles mas desisto, não têm um andamento certinho, ou aceleram desmesuradamente ou travam até quase pararem, decido ultrapassá-los e manter uma velocidade mais elevada para criar algum espaço de segurança, à medida que nos aproximamos do GrossGlockner os cumes brancos da cordilheira crescem desmedidamente, ficamos deslumbrados por tanta beleza, que o numero de fotografias não foi o que se esperava. Só quando paramos é que tiramos fotos….entramos no parque e pagamos os 18€ da praxe para os motociclos e começamos a ascensão até aos 2875 metros, o dia está solarengo e limpo de nuvens, podemos observar toda a magnificência daquela cordilheira. Vamos aos pontos turísticos todos, o numero de motos é surreal para uma quarta-feira, mas estamos noutro mundo…..O deslumbre é total, as imagens sucedem a uma velocidade tal que nem nos lembrávamos de pegar na máquina e fotografar, subimos e descemos o Gross e dá vontade de voltar a fazer tudo, mas temos que continuar, ainda temos alguns km a fazer e um lago a visitar, Weissensee. Mais estrada de montanha, mais curvas e contra-curvas, arredondamos finalmente os pneus, apesar do peso a Pan leva-se fácil de uma inclinação a outra, de uma curva a outra, tenho o prazer de mostrar a alguns motards austríacos como se pilota um “barco” numas “ondas” destas. Avistamos Weissensee, paramos e tiramos umas fotos, partimos para Ljubljana (lê-se Liubliana) capital da Eslovénia. Antes de entrar na Eslovénia gastei mais 17,5€ para o selo que nos permite usufruir das AE neste país, numa área de descanso ainda na Áustria, bebemos uma água e comemos um gelado; é uma paragem estratégica para descansar. Entramos na Eslovénia pouco depois, as AE's são excelentes e contra a minha ideia, há bastantes motos neste país, chegamos pelas 16h30 a Ljubljana, é uma cidade ocidentalizada, seguimos até ao hotel que fica já nos arrabaldes, foi um dia longo, com condução exigente, pelas estradas nacionais e especialmente pelas estradas de montanha que fizemos, mas estamos com um sorriso aberto de satisfação e prazer. O dia ainda não terminou, temos que jantar e não parece pêra doce, o recepcionista do hotel não domina muito bem o inglês e só à segunda tentativa é que conseguimos que nos mostrasse o restaurante. Dirigimos-nos ao local indicado, é um local simples mas com bom aspecto, na sala estavam 3 mesas ocupadas, sentamo-nos logo ali na entrada e verificamos que não era restaurante para turistas. Os menus estavam escritos em esloveno, ou jugoslavo ou perto disso. Não apanhamos nada, os restantes utilizadores já estavam na sobremesa o que também não ajudou na escolha, mas com alguma insistência lá conseguimos pedir/entender que um dos pratos locais é peru panado, fiambre e com um molho de queijo derretido por cima, legumes salteados, puré e uma salada mista. A escolha foi excelente, bem confeccionado e saboroso. Bebemos um cerveja eslovena, que até não é nada má. Voltamos ao hotel satisfeitos, agradecemos ao recepcionista pela sugestão e recolhemos ao quarto para um descanso merecido. Finalizamos um dia que tinha criado muita expectativa e não defraudou em nada. O Primeiro Objectivo está feito, GrossGlockner foi conquistado!!!! Amanhã já chegamos à Croácia! |
6º dia - 18 de Junho 2009 |
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Saímos de Ljubljana pelas 8h30, num dia lindo de sol, faltam menos de 500 km para chegar a Split e depois 50 minutos de ferry até Supetar, já na ilha de Brac. Estamos ansiosos por pôr os olhos no Adriático e saborear as paisagens que este nos irá proporcionar. Até à fronteira eslovena, nada de especial aconteceu, ao passar a fronteira um dos polícias manda-nos parar precisamente no momento que passo por ele, ía a 40km por hora, claro está que parei uns 5 metros à frente. Coloquei o descanso lateral e desliguei a moto e fiquei à espera, como o polícia teve que vir ter connosco ficou mal humorado. Questiona a nossa nacionalidade e pede a minha documentação, depois a da Dulce leva os cartões de cidadão e valida-os numa máquina qualquer, ainda refila que vinha muito veloz e que não paro quando ele sinaliza. Refilo a dizer que teve sorte por eu parar, pois só o ouvi a dizer "Stop" quando tinha passado por ele e que o GPS vinha a mostrar 40km/h, olha com curiosidade para a Preciosa, de todos os ângulos e manda-nos seguir. Entramos na Republika Hrvatska (Croácia), pedem-nos os passaportes, perguntam-me para onde nos dirigimos, o tempo que pretendemos ficar e depois de uma “carimbadela” em cada passaporte delicadamente dão-nos as boas vindas e desejam uma excelente viagem e estadia. Paro uns 50 metros à frente para fazer o 2º e último câmbio destas nossas férias. Troco 200€ por 1418 Kunas, já deduzidos os impostos. E retomamos a nossa viagem. São 9h15 e já estamos na Croácia. O nosso 2º objectivo está quase conquistado. Paramos para abastecer pela 1ª vez na Croácia, 91,43 Kunas, há que tomar conhecimento com a nova moeda, são cerca de 13€ por cerca de 12 litros, 1,08€/litro, bom preço, não esperava! Aproveitamos e comemos umas sanduíches, bebemos um sumo e água. Há bastante gente, tudo croatas como era de esperar, principalmente de Zagreb , as matrículas das viaturas tem o indicativo da cidade, por isso é fácil saber a origem das mesmas. Avançamos em direcção a Split a paisagem começa a modificar e o calor aumenta à medida que o tempo passa. Split já está no nosso horizonte, é uma cidade movimentada, com um porto de embarque, muitas gentes, muitas nacionalidades. Adquirimos os bilhetes para o ferry que nos levará até à ilha de Brac. Ficamos pelo porto de embarque, temos ainda cerca de 1h para desfrutar do mar. Já temos saudades de ver o azul imenso que aqui é mais de um verde esmeralda. Bebemos mais uma água e esperamos, a fila para o embarque aumenta ao longo do tempo. Chegou a hora de iniciar a nossa viagem de ferry, demora cerca de 50 minutos, chegamos a um lugarejo chamado Supetar, não é este o nosso destino, mas são cerca de 5 minutos até Postira por uma estrada cuidada mas sinuosa, com alguns momentos junto ao mar. Rapidamente chegamos ao Hotel Postura, pelas 17h, já nos aguardavam, fomos a atracção do hotel, «são os “Portugalski”». Claro que a única coisa que percebi era a palavra “Portugalski”. Fazemos os check-in, descarreguei a moto e guardei-a numa garagem individual, gentilmente cedida, pelo filho da directora do hotel, de nome Dirko, tomamos uma banhoca refrescante e descemos para nos inteiramos do hotel e das redondezas, estamos cansados mas felizes. O primeiro jantar no restaurante do hotel, correu bem, a comida não é exactamente o que esperava, mas é de boa qualidade e as saladas são excelentes. Há um ginásio, jacuzzi, sauna, etc… fico-me pelo ginásio…. O 2º objectivo está alcançado: - chegar à Croácia! Agora temos 7 dias de descanso, praia, passeio e lazer. |
19 a 24 de Junho de 2009 |
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O 1º dia de estadia na ilha de Brac, revelou-se fantástico, o sol entra pelo quarto dentro às 5h, fechei as alhetas das portadas e dormimos até às 8h, banho e descemos para o 1º pequeno almoço, não é um pequeno almoço muito variado, mas tem o essencial. O dia corre como esperado, eu experimento a água, a Dulce bronzeia-se ao sol. A água não é tão quente como esperava, para dizer a verdade é até bastante fria, mas depois de entrar, é agradável. Sábado foi uma pequena repetição de sexta, o dia terminou com uma chuvada acompanhada por uma tempestade brilhante. Domingo, foi dia de reconhecimento da ilha de Brac. Saímos após almoço, a intenção é ver a famosa praia de Zlatni Rat, quer junto ao mar quer do topo da montanha. O mar tem uma cor verde esmeralda lindo, mas o interior da ilha tem também os seus atractivos, zonas em que parece o Douro interior ou mesmo Trás-os-Montes, a estrada serpenteia num subir e descer dos montes, o que para uma mota é uma delícia. A descida para Bol, é excelente. Regressamos ao hotel relativamente cedo, pois nos locais mais altos da ilha, o vento, as nuvens e o frio, sugeriam a aproximação de mais uma tempestade. Eram 17h e já tinha guardado a moto na garagem e pouco depois, começou a chover copiosamente, acompanhada com alguns relâmpagos, que terminou numa espectacular tempestade de trovoada. Um fim de dia especial. Ficamos pelo hotel. |
13º dia - 25 de Junho 2009 |
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Era dia de partida, podíamos ficar até mais tarde na cama, mas o frenesim de reiniciar viagem não deixou. É um dia de poucos km de moto, mas o facto de fazermos quase 4 horas num ferry, deixou-nos algo apreensivos, claro está que este era só o prólogo para as 20h de ferry para o dia seguinte que ligaria Livorno na Itália a Barcelona na Espanha. Fui buscar a moto à garagem e carreguei-a, demoro uns bons 30 minutos nesta operação. O dia está quente, decidimos vestir as calças de ganga para os poucos km que vamos fazer. Rapidamente chegamos a Supetar, compro os bilhetes de ferry para o regresso ao continente, Split. Temos mais de 1 hora de espera, a fila de embarque já é grande e constituída essencialmente por camiões, aproveitamos para beber uma água fresca e passar algum tempo à sombra. Aproveito para colocar a moto na fila de embarque, obviamente na 1ª posição, os dois primeiros camiões são Eslovacos, meti conversa com os dois camionistas, nenhum fala inglês, mas entre o meu arcaico alemão, e o gesto vale tudo, lá estivemos na letra cerca de 15 minutos, admirável, mesmo. Chega a hora de embarque e lá fui eu colocar a moto no local sugerido pelos tripulantes, a Dulce como sempre entrou a pé. Combinamos previamente encontrarmo-nos na cobertura e depois de deixar a moto bem parada, lá subi os lanços de escadas para observar Brac a ficar cada vez mais longe. 50 minutos depois já estamos em Split, era ainda muito cedo para o embarque, de qualquer das maneiras fui trocar a nossa reserva do Ferry para Itália, pelos bilhetes que asseguravam o nosso embarque. Check-in feito, parqueei a moto junto da linha de embarque e fomos em busca do almoço. Confirma-se a opinião da primeira vez que estivemos em Split, é uma cidade de passagem, muitas línguas no ar, muita gente de muitos lados. O embarque está previsto para as 17h, às 16h já temos a moto como sempre na primeira linha, começou a chover, aquela chuva 7Up, que refresca mas não molha. Começa o embarque com a passagem pela fronteira/Alfandega e mais uma carimbadela nos passaportes, pela primeira vez a minha moto é amarrada a um poste de suporte do ferry, não foi só a minha, mas todas as motos que embarcaram, desta vez a Dulce entra comigo, mas mal paramos a moto ela sobe para a zona dos passageiros, eu fico mais um pouco a supervisionar o tripulante a passar as amarras pela moto. O ferry é um catamaran da SNAV, o interior do deck de passageiros parece um avião, mais largo obviamente, mas com filas de assentos, tem uma zona de restauração e televisões em cada zona de descanso. A hora prevista de chegada ao porto de Ancona (Itália) é às 21h30, 4h30 de barco, ufa....tanto tempo. Mas o tempo foi passando, jantamos cedo, e na hora prevista, desembarcamos, temos 6/7 km para fazer até ao hotel. Amanhã vamos atravessar a Itália, e vou realizar o meu Terceiro Objectivo, ver Pisa. |
14º e 15º dia - 26/27 de Junho 2009 |
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Hoje é um dia, para conhecer um novo país, Itália. Concretizar mais um objectivo, ver Pisa. Começa cedo o dia, tomar peq.almoço, carregar a moto e iniciar o percurso, o habitual, nestes dias de viagem. Ainda na Croácia, usando o meu PDA e o WiFi de borla do hotel, consultei o meu fórum predilecto, Transalp, para ver como decorria a viagem de 2 companheiros por Itália, qual foi o meu espanto e desilusão, roubaram a moto a um deles, na Sicília, Palermo mais precisamente. Contei o sucedido à Dulce e descobri que fiz a maior borrada da viagem. O primeiro comentário da Dulce foi: “Itália, vamos por AE, não quero ir a Florença, nem a Pisa. “ Sabe bem o ar fresco, o sol está quente e temos que ter cuidado para não ficar com um escaldão. Recolhemos de novo à cabina, até aquele embalar diminuir e conseguirmos ficar em pé, já passa das 16h quando conseguimos isso. Por voltas das 17h pedem-nos para retirar os nossos pertences das cabinas, assim o fazemos, falta pouco mais de 2 horas para aportarmos. A excitação aumenta, até porque em Barcelona, temos à nossa espera um fantástico casal de amigos, Nuno e Cristina. A somar a isto, espera-nos o César (aka Nino RR) e a Érica para um jantar “fantabulástico”. Eram 18h30 quando nos permitem ir até junto das motos, estão todas salgadas, há locais que só se vê sal, vou ter que lhe dar um banho quando sair do ferry. Demora cerca de 1h30 até conseguir desembarcar. Ainda no porto, despedimos-nos dos 2 casais portugueses e fomos ao encontro do Nuno, Cristina, César e Érica, que estão parados na 1ª rotunda. Cumprimentos e abraços e vamos a caminho do tão desejado marisco. Não sei que horas eram, perdi a noção completa do tempo, estava de novo em solo firme e com amigos, depois de 20h no mar. Comi até não poder mais. Contamos histórias, rimos como loucos. O César e a Érica são anfitriões fenomenais. Trocamos contactos, agradeci a recepção. -César sempre que venhas a Portugal a minha casa é tua! Apesar de ter perdido a noção do tempo, o corpo já estava a dar sinais de necessidade de descanso. Ainda tinha que lavar a moto, decidimos ir para o hotel (Ibis claro) já reservado e pago há mais de um mês. Check-in feito, ficamos uns 10 minutos na letra, as meninas subiram para descansar, eu e o Nuno fomos lavar as motos e encher os depósitos. Regressei cansado mas satisfeito. Subimos para descansar, amanhã é a tirada mais longa de todas, 820 km, com uma tirada final de estrada de montanha de cerca de 100km que deixa qualquer um com um sorriso estampado no rosto, vamos para os Picos da Europa! Mas isso é amanhã. Hoje vou dormir..... |
16º dia - 28 de Junho 2009 |
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Combinamos sair às 10h mas atrasamos-nos e já passavam das 10h30 quando iniciamos viagem, para complicar, o meu GPS deixou de funcionar o áudio e falhei a entrada na A2, que nos leva na direcção de Saragoça e dos Picos e perdemos mais 30 minutos nestas andanças. Mas resolvido isso foi papar km. Paramos já depois do monumento ao meridiano de Greenwich, numa AS com restaurante, almoçamos e voltamos à estrada, foi rolar, rolar e rolar...São 17h e largamos a A231 entramos na P240 que nos levará até à CL-615, LE215, N621 até Riaño e depois N625 até Cangas. Ao chegar a 20km de Riaño, o Nuno liga para o hotel a pedir que nos reservasse lugares num restaurante pois vamos chegar tarde para jantar. Lembrava-me de um com o nome Abuelo, mas não sabia se era só Abuelo, a recepcionista do hotel, responde que conhece e que não há problema em reservar. Já passa das 22h e estamos a fazer o check-in, banhoca e tal são quase 23h quando chegamos ao restaurante, que afinal não é o abuelo, fomos de taxi porque hoje todos nós estamos fartos de moto, curvas e belas paisagens, o restaurante serviu, mal mas serviu, pagamos caro e comeram mal, eu comi bem ![]() ![]() |
17º dia - 29 de Junho 2009 |
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São 9h está na hora do banho e de seguida tomar o pequeno almoço, bem demorado. Já passava das 11h quando saímos para a nossa volta pelos Picos. A volta clássica, só que com sol e bom tempo, o que torna os picos ainda mais bonitos. Fizemos Cangas, Covadonga, Lagos, seguimos em direcção a Potes saltamos o funicular, seguimos para Fuente Dé, El Cable, via teleférico, retornamos a Potes e paramos para um lanche, excelente por sinal. Choveu durante 10 minutos enquanto lanchamos. Voltamos à estrada e meti em direcção a Posada de Valdeón, é um espectáculo de paisagens, a estrada é bastante má, mas perdoa-se pelas vistas. Saltamos Riaño, que já tinhamos visto ontem, e fizemos de novo o Desfiladero de los Beyos até Cangas. Já passa das 22h quando chegamos a Cangas, fomos directos ao Abuelo, desta vez não há enganos. Bom, bonito e barato. O "Abuelo" ofereceu a cidra, saímos satisfeitos, regressamos ao hotel. Amanhã é o regresso. Estou num misto de tristeza e satisfação, entre o acabar dos belos dias de férias e viagem e o rever o filho e voltar a casa. |
18º dia - 30 de Junho 2009 |
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9h, já estamos a tomar o pequeno almoço. Check-out feito, 10h já estamos a caminho de casa. O trajecto escolhido é AE o mais possível, tirando os primeiros km's de curvas largas e estrada rápida, a entrada na AE, não tornou monótona a viagem, é uma AE de montanha, tem uma paisagem de cortar a respiração e umas curvas para fazer de joelho no chão....... (rima, e é verdade excepto o joelho no chão, mas dá para inclinar bem a moto) Entramos na N634 em direcção a Oviedo, A64, AS1, A66 perto de Leon, A52 até Verin, passamos a fronteira pelas 16:43 GMT, ficamos por ali a descansar durante uns momentos, telefone na mão, já há rede nacional, há que aproveitar para ligar aos amigos e família. Entramos na A24 antes de Chaves, paramos na AS de Lousada e depois só paramos em casa. São 19h, chegamos! Objectivo atingido, ir à Croácia e voltar, mais conhecedores, mais audazes, mais experientes, mais humildes que nunca. O Prazer de viajar aliado ao gosto pela moto, proporciona momentos inesquecíveis e este passeio teve muitos, finalizado com uma visita aos Picos na companhia de um casal que muito estimamos, Nuno e Cristina, obrigado a ambos, foi a cereja no topo do bolo. |
Estes 5552 km em cima da moto, só foram possíveis porque tenho amigos e porque tenho a Companheira que tenho, já lá vão mais de 28 anos, obrigado Xuxinha! O teu amor, a tua força e a tua boa disposição são o alento da minha vida! Aqui ficou o resumo de 18 dias de férias, fantásticas!!! Muitas e boas curva~s Vitor e Dulce |